Logística hospitalar sem indicadores pode levar a uma gestão ruim e péssima qualidade de produtos e serviços.
Em um ambiente hospitalar, até as tarefas aparentemente mais simples exigem processos meticulosamente definidos para garantir que os altos padrões de qualidade sejam mantidos. Portanto, é fundamental que cada etapa da cadeia de logística hospitalar seja monitorada e analisada de forma precisa para assegurar o bom funcionamento das operações.
Nesse contexto, os indicadores de desempenho desempenham um papel crucial, já que é através de métricas bem estabelecidas que avaliamos o sucesso de estratégias e atividades, proporcionando uma compreensão mais profunda de sua efetividade por meio de dados concretos. Esses indicadores oferecem uma visão abrangente da operação, permitindo que gestores comparem informações ao longo do tempo e formulem estratégias mais eficazes para a melhoria contínua dos serviços.
Cada função e processo dentro de um centro de atendimento médico, desde a gestão de estoques até a distribuição de medicamentos, pode ser monitorada por meio de indicadores de desempenho. Tais métricas impactam diretamente o ciclo da logística hospitalar, garantindo que este processo não apenas atenda às necessidades diárias, mas também contribua para a sustentabilidade e a eficiência de todo o sistema de saúde.
Quais são os principais indicadores de desempenho para hospitais?
A escolha dos indicadores de desempenho na logística hospitalar, especialmente no que se refere à logística farmacêutica, deve ser feita com base nas necessidades e características específicas de cada instituição. Existem diversos indicadores que podem ser utilizados para otimizar os processos logísticos e melhorar a eficiência operacional. Contudo, alguns indicadores são particularmente cruciais para monitorar a qualidade e a eficiência do serviço prestado. A seguir, apresentamos os principais indicadores que podem orientar a gestão logística hospitalar, ajudando na definição de estratégias mais assertivas e eficazes para cada contexto.
Taxa de ocupação
Este indicador é ideal para identificar como o hospital está atuando em relação a sua capacidade. Ao entender a relação entre número total de pacientes atendidos por dia e o número de leitos disponíveis, pode-se descobrir a taxa de ocupação. Se ela estiver muito abaixo ou acima do ideal, já é um alerta para procurar soluções para essa discrepância, seja ampliando leitos ou reduzindo custos, por exemplo.
Duração média da estadia
Um hospital pode rastrear detalhes dos atendimentos para determinar quanto tempo cada paciente passa em certos departamentos ou procedimentos. Sendo assim, é possível avaliar se estão sendo demoradas ou rápidas, investigando as causas dos gargalos ou se as liberações têm sido prematuras.
Taxas de infecção
Esse índice é calculado pela razão entre o número de pacientes infectados e o total de pacientes atendidos durante um período específico. A partir dessa métrica, é possível identificar padrões de recorrência de infecções, o que permite investigar as causas subjacentes. A análise das taxas de infecção pode direcionar ações corretivas, com base nas diretrizes de segurança e protocolos de saneamento estabelecidos, visando a melhoria contínua dos processos e a minimização dos riscos à saúde dos pacientes.
Taxa de readmissão
Quando um paciente retorna ao hospital após a alta, é fundamental investigar as causas desse retorno, pois pode indicar que a alta foi prematura ou que o tratamento inicial não foi adequado para resolver completamente o problema de saúde. A monitorização da taxa de readmissão oferece insights valiosos sobre a eficácia do serviço prestado, permitindo identificar falhas no processo assistencial e implementar melhorias que assegurem uma recuperação plena e a satisfação do paciente.
Taxa de espera do paciente
O tempo excessivo de espera nas salas de atendimento hospitalar pode resultar em baixos índices de satisfação dos pacientes e aumentar o risco à saúde, impactando negativamente na qualidade do serviço prestado. Além disso, essa taxa pode fornecer insights importantes sobre a possível baixa taxa de ocupação de leitos. A medição da taxa de espera permite identificar gargalos no processo de atendimento e, em alguns casos, pode indicar falhas logísticas, como a escassez de insumos nos estoques. Esse monitoramento é fundamental para a otimização da logística hospitalar, permitindo ações corretivas que melhorem o fluxo de atendimento e garantam a eficiência no uso de recursos.
Margem Operacional
Além de entender os processos operacionais do hospital, a utilização de indicadores financeiros é fundamental para a tomada de decisões estratégicas. Nesse contexto, a margem operacional, calculada pela razão entre o lucro operacional e a receita líquida, é um indicador crucial para avaliar a eficiência financeira da instituição. Esse indicador permite analisar o equilíbrio entre as receitas geradas e os custos operacionais, fornecendo uma visão clara sobre a sustentabilidade financeira do hospital a longo prazo. A margem operacional é essencial para assegurar que o hospital mantenha sua viabilidade financeira, enquanto continua a oferecer serviços de qualidade à população.
Satisfação do paciente
De maneira mais qualitativa, ouvir os pacientes dará a oportunidade para sua empresa avaliar a necessidade de investir em treinamentos, contratação de pessoas, novas tecnologias e melhorias nas instalações ou procedimentos. Afinal, uma pontuação negativa significa não só que está perdendo pacientes agora, como no futuro.
Com esses índices em mente, é importante estabelecer estruturas e sistemas de mensuração para acompanhá-los e, assim, extrair informações valiosas que podem ajudar sua gestão e logística hospitalar a se tornar ainda mais eficiente e assertiva.
Por Patrícia Lazzarini