O Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) aponta que o Sistema Único de Saúde (SUS) gasta cerca de R$ 7,1 bilhões por ano para comprar medicamentos de alto custo para a população, mas uma parte desse valor vai direto para o lixo (Desperdício no SUS, 2017). O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a instauração da Tomada de Contas Especial para apurar irregularidades no armazenamento de medicamentos, vacinas e insumos de saúde (Tribunal de Contas da União, 2023). As causas do desperdício foram validade expirada e armazenagem incorreta.

Além das consequências sociais e socioambientais, os medicamentos tornaram-se o principal símbolo do desperdício na saúde pública. Calcula-se que entre 20% e 40% de todos os gastos em saúde são desperdiçados (Silva HR, Costa LJS, Prado TKA, et al. O custo do desperdício de medicamentos em unidades básicas de saúde. Rev Contexto & Saúde, 2023).

Um dos principais motivos é a falha no controle de temperatura durante o transporte e armazenamento dos produtos. Sendo assim, é possível obtermos uma melhora nesses resultados ao amplificarmos os cuidados com a gestão dos medicamentos, realizar a gestão dos prazos de validade com WMS, não expor os medicamentos em temperaturas fora do recomendado pelo fabricante e ter uma cadeia bem estruturada de armazenagem podem ser cruciais para redução do desperdício.

O trabalho da educação por meio da disseminação de informações relacionadas ao desperdício de medicamentos, vacinas e insumos farmacêuticos oferece melhores perspectivas no que diz respeito aos cuidados com o meio ambiente, sendo importante para a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras gerações (Proteção ao meio ambiente e às gerações futuras: desdobramentos e reflexões bioéticas, 2020).

Cuidamos das crianças hoje para que elas possam cuidar de nós e das crianças do amanhã. Assim como cuidaram de nós para fazermos a diferença na vida das pessoas hoje.

Mirelly França – Farmacêutica

Ariane Café – Farmacêutica